- Não faça ruído. Disse ele com medo de despertar sua consciência.Sentado ali, no escuro, com apenas a lua e as estrelas como companhia, tentava recuperar a sincronia de sua respiração que, por ora, estava ofegante.
Havia poucos minutos que finalmente colocara o plano em ação, depois de dias formulando, conseguiu ludribriar seu reflexo no espelho, aquele que sempre o encarou de forma tão vigilante e compenetrada.
- Ele não iria pensar nisso, iria?Eu iria?Está feito. - E, dito isso, se recostou um pouco mais na velha poltrona onde as traças constantemente se deliciavam.
As horas passavam vagarosamente, e a adrenalina que antes fora a causa da respiração acelerada e fora de ordem, vai se dissipando; os efeitos se sobrepõe aos questionamentos desesperados e o dominam.Olhos fechados, o sono é demasiado para se manter nesse mundo; a realidade fica pra trás e os sonhos começam, agora estava em um lugar donde nunca mais sairia.
Provavelmente os dois personagens coexistindo no mesmo corpo iriam brigar por muito tempo se o seu oposto descobrisse que uma das partes acabara de tomar dois frascos de um tarja preta qualquer, mas não havia o que descobrir, se não o matassem, os efeitos do remédio o manteriam em um coma irreversível.Era o que ele esperava ao planejar isso.
Engano do suicída, no mesmo dia, mais cedo, os comprimidos de tais frascos haviam sido trocados por complexos vitamínicos.
Cerca de 6 horas mais tarde, ao acordar, se veria mais uma vez decepcionado, o plano fora previsto, não conseguiu de novo.
A lua e as estrelas não lhe faziam mais companhia. São seis horas da manhã, e os pássaros cantam.
Vinicius Maderi, Vinícius Agostini e Adryano Quegi