domingo, 21 de novembro de 2010

O preconceito que existe dentro da igreja

      Antigamente se acreditava que a igreja tinha o direito de punir os pecadores com penas tão severas que, em alguns casos, chegava até a tirar a vida. Com o passar do tempo, foram percebendo que isso estava errado (foi uma revolução pra época).
      Há centenas de anos a igreja condena a liberdade dos homossexuais. De certa forma, esse é um conceito insensato, visto que, até mesmo na própria bíblia, existem pecados que gradativamente 'deixaram' de ser proibidos, além do fato de a sexualidade da pessoa nascer com ela, e mesmo nos casos em que alguns indíviduos tentam lutar contra isso, acabam vivendo frustrados, reprimidos e, numa grande parte das vezes, podem até entrar em depressão.
      Minha opinião é que a igreja não pode enfrentar uma coisa que já nasce dentro de alguém e que não consegue ser simplesmente deixado de lado. Se você não é, pergunte a alguém que é homoafetivo se foi ele quem escolheu ser daquele jeito. A resposta, quase que unanimamente vai ser não. Ninguém quer para si uma sociedade que te repudia, que te trata como inferior e que aponta o dedo na sua cara pra dizer que Deus não gosta do jeito que você vive (mesmo que esse não tenha perguntado a Deus o que Ele pensa). 
      A igreja não precisa aceitar o casamento gay, mas esse pensamento de que a sexualidade é pecado, tá errado. Sou e sempre serei contra qualquer forma de preconceito, principalmente o preconceito induzido, esse que grandes líderes induzem seus seguidores a serem iguais na forma de julgar. Cada um tem a consciência do que é e do que pode ser pra encontrar a felicidade. 
      E para os que pensam que eu sou ateu, não, eu não sou. E eu vou à igreja mesmo discordando de muita coisa, mas tenho consciência que quando o padre fala, ele não manda, ele apenas expõe a opinião que ele e a igreja têm.
      Deus não precisa desse preconceito embutido, ele se faz acessível pra todo mundo, seja você homo, hetero, tran ou bissexual. Respeito existe pra se usar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A paixão mesmo, é implícita

Existem promessas que são feitas mesmo que não sejam ditas, sentimentos que existem sem precisarem ser falados. As formas mais implícitas e intensas que uma paixão pode atingir. A gente sente que há, mas não consegue explicar. E não tem nenhum mortal além de nós mesmos que consiga entender o que sentimos. Até mesmo nossos melhores amigos acham que entendem, mas não é verdade; é uma coisa intensa demais pra poder ser entendida por muitos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A gente inventa muita coisa para mitificar a morte

As pessoas inventam muita coisa pra mitificar a morte e, de tanta coisa que inventam, não se sabe no que acreditar. Se é verdade que há um paraíso e um inferno ou se há um purgatório para pagar-se pelos pecados, e por aí segue. E, com isso, os que continuam vivo sofrem pela perda porque, tirando sentido religioso e filosófico, o que acontece é que quando a morte chega, acaba tudo. Não importa se foi um herói nacional, um grande líder ou um vagabundo qualquer, ces't fini! Ficam para trás os irmãos, tios, primos, filhos, maridos, esposas, pais, amigos, colegas, vizinhos, cachorro, TUDO. É um pedaço de cada um que se vai, uma dor que a gente procura esconder, mas continua existindo.
Para os que continuam vivos, sempre resta a dúvida e a incerteza. Eu, você, sua namorada, qualquer um pode ir a qualquer hora. Um descuido e já era! E a agonia pode destruir uma família, traumatizar outras vidas, indignar todo mundo. E não adianta chorar e rezar, não muda: o livro acaba sem ter final.
A morte não está nem aí para nós, ela tem “vida própria”. A gente vai para um lado, o corpo para o outro. Ela nos ignora, nossos méritos, nossas obras. 
(Arnaldo Jabor)

A morte e as vidas que continuam

A gente passa a vida se preocupando com tudo e com todos que queremos bem. Amigos, parentes, colegas de profissão... Mesmo sem perceber, estamos sempre pensando em proteger. "Não vai tomar chuva", "me liga quando chegar lá", "é melhor não dirigir pela estrada à noite", "abre o olho, você vai perder de ano". Enfim, sem perceber a gente vive pra cuidar da vida de quem a gente ama. Aí vem a ironia da vida (ou da morte, se prefere assim pensar): se não há mais NADA de ruim que possa acontecer a essa pessoa, a morte seria um remédio que livrasse de tudo o que as outras milhões de pessoas pudessem fazer pra machucá-la. Mas não, o coração não sente isso, aliás, o coração não consegue compreender que ela morreu, a ficha não cai!
Nos últimos 40 dias morreram 3 pessoas muito próximas a mim: minha tia Rosita, de infarte; meu avô, de câncer; e, por último, minha tia Leila, de acidente de carro. As duas primeiras mortes eu consegui enfrentar e até entender, mas a de domingo passado eu não consigo! Como uma pessoa tão bonita, 33 anos, voltando de um culto, usando cinto de segurança e tudo, pôde morrer assim!?
A causa da morte foi um corte profundo na veia safena, na perna, na altura da virilha, as primeiras informações foram de que foi o cinto de segurança que fez o corte, mas pelo lugar onde teve o ferimento não dá pra acreditar nisso. Ela estava no banco de trás, e o outro carro que vinha na contra mão bateu só na parte da frente, no lado do carona. Meu primo, o filho dela de 6 anos, estava sem o cinto e deitado no colo dela, mas, ainda bem, não aconteceu nada a ele. Não teve nenhum ferro ou outra coisa que pudesse ter perfurado a perna dela, então, até sair o laudo, ninguém sabe o que houve.
Além de tudo, ainda teve o fato de que os para-médicos trouxeram para o hospital de Teixeira - o único preparado - apenas o motorista bêbado (já morto) do carro que estava na contra mão e o homem que estava com ele. Minha tia, o marido e o filho foram levados pro hospital de Medeiros Neto, que na hora estava sem médicos NEM enfermeiros para prestar socorro. Isso é um absurdo! Se tivesse trago pra cá (ou se tivessem preparo em Medeiros), talvez teriam conseguido controlar a hemorragia e ela não teria morrido. Mas, como disse o grande Arnaldo Jabor, "A morte não está nem aí para nós, ela tem “vida própria”. A gente vai para um lado, o corpo para o outro. Ela nos ignora, nossos méritos, nossas obras."
Essa rodovia que liga Teixeira a Medeiros Neto (BA 290), já foi palco de muitos acidentes. Praticamente toda família de Medeiros Neto já perdeu algum parente nessa estrada. É reta, cheia de buraco e não tem acostamento. Resultado: o motorista se empolga por que é reta e anda em alta velocidade. Aí quando vê um buraco e vai desviar, não tem acostamento e o outro veículo que vem não tem pra onde se proteger, daí mais um acidente. O deputado que conseguisse que um projeto de duplicação fosse aprovado, pode ter certeza: seria reeleito quantas vezes fosse candidato. Fica a dica pra Timóteo, que, agora, vai ser o único representante da nossa região na assembléia.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Religião não é tudo

    O caso é que religião virou moda. Você se diverte, pinta o 7, tem uma época SUPER FELIZ, faz amigos, aí, de repente, você se decepciona com alguém (o que acontece em TODO lugar) e começa a se afastar de tudo e ir pra igreja. Aí passa a dizer pra todos os seus amigos (inclusive aqueles que te faziam bem) que aquilo é errado, que tudo o que vocês faziam juntos era coisa do capeta. Larga sua turma, vira piolho de bíblia, enfim, vive pra igreja. Mas não tá certo. Ninguém vive SÓ de Deus.
    Vamos analisar um caso de fanatismo religioso. Digamos, uma velhinha que more perto da sua casa. Vai todos os dias para a missa, reza um rosário por dia, participa de novena e vai pra casa de todo mundo com a santinha pra orar. Até aí tudo bem. Agora, olha qual é a fama dela por aí: "Ah, dona Maria é muito fofoqueira. Prende o neto dentro de casa, só deixa sair se for pra grupo de oração. Fala mal de todo mundo, acha que está sempre certa. Ô língua grande!". Não estou mentindo em dizer que quase toda 'dona maria' tem essa fama. Ela acha que igreja é tudo.
    Deus é importante, sim, cada um necessita de uma crença, ainda que essa seja na não existência dele. Mas acontece que, como tudo na vida, a gente tem que saber ordenar em nosso dia a dia. Não se pode simplesmente virar as costas a todo mundo que te fazia bem antes de entrar na igreja, e muito menos acreditar que as pessoas 'de Deus' não vão te decepcionar. Por experiência própria, eu sei que essas pessoas decepcionam até mais do que as 'do mundo'. A gente põe muita confiança de que lá as coisas são diferentes, mas são pessoas de carne e osso.
    Enfim, a minha opinião é que se saiba conciliar o bom do ruim em todo mundo que você se relaciona, dentro ou fora de denominações. E não seja uma dona Maria, que tem mente fechada. Tenha a mente aberta e aprenda a decidir quem é melhor pra sua vida.
    Ah, e antes que comecem a dizer que sou ateu, que prego o satanismo ou algo exagerado do tipo, eu peço: leia filosoficamente, porque, se você ler religiosamente, já vai começar a leitura com pedras na mão. E deixando bem claro: sim, acredito, confio e oro a Deus.

*agradecimentos à Gláucia Mantoan (@GlauciaMantoan), que me abriu algumas visões que a gente não enxerga quando escreve o texto.

sábado, 28 de agosto de 2010

Das verdades sobre o vício

      Nós, meros mortais, somos movidos a vícios. Alguns temporários, outros permanentes (voluntária ou involuntariamente). A questão é que a gente aprende que, sem alguma coisa pra se obcecar, é como se não aproveitássemos a juventude (ou o que resta dela).
       Vejamos o exemplo do cigarro; todo mundo já nasce sabendo que o cigarro vicia, que faz mal pra saúde, prejudica quem vive perto, causa sofrimento e etc e tal. Mas - pode perguntar pra qualquer um - a maioria dos fumantes se apegam ao cigarro assim mesmo, como uma forma de relaxar, ocupar um espaço de tempo. Um cigarro depois do seo, um cigarro depois da bebida, um cigarro depois da briga, um cigarro porque tá com insônia, um cigarro porque o time ganhou, outros dois porque o time perdeu e assim vai.
       Mas tem também aquele vício forçado, só por modinha. É o caso de muita gente viciada em compras, por exemplo. Vê na tv que tem gente viciada nisso e, automaticamente, já se diz dependente.
       Bem, adquirido ou não, o que cabe à gente é cuidar dos nossos vícios, porque sejam eles bons ou ruins, fazem parte do que somos e do que queremos ser. Anular uns, adquirir outros, o que importa é saber o que é bom.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Querem novamente o voto de cabresto

Quem foi que disse que a consciência política dos jovens tem mudado? Continua a mesma enrolação de sempre: candidato é meu amigo e trás muita festa boa, então eu voto nele. E quer nem saber de propostas, histórico e o resto tudo que a gente vê na televisão direto.
Volta e meia a gente encontra um que diz que vai votar em quem as ideias são mais afins, mas isso é raridade. Parece que querem o voto de cabresto outra vez: votar em padrinho ou ser despejado de casa.
Tanto se diz a todo momento sobre o projeto ficha limpa, mas nós estamos vendo que, na prática não adianta muita coisa. O que barra mesmo o candidato é a nossa capacidade de distinguir o certo do errado. Tem muito candidato aí (inclusive na nossa região, que eu não vou citar nomes para não dizerem que fico fazendo a cabeça contra) que já roubou muito e já cometeu muitos crimes, mas tudo em nome de laranjas e todo mundo finge que não sabe pra não perder as regalias.
Com os meios que temos hoje em dia, devíamos estar com uma consciência política muito mais avançada. O que não falta é ferramentas para pesquisar o passado de deputados, prefeitos, senadores e etc. Votar por afinidade é favor, não adianta nada.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um coração de pedra não deixa de ser um coração.

Conformismo

    É engraçado como a gente tende a sempre levar as coisas pro "ah, perdi agora mas de outra vez eu ganho". E, mais ainda, as pessoas se acostumaram a confiar na sorte. Outro dia perguntei a uma amiga - que não me lembro agora quem é - algo sobre usar o dinheiro que eu tinha no bolso para comprar um lanche e matar minha fome ou usar para jogar na loteria, e ela respondeu: "jogar na loteria, lógico!". Esse é um retrato geral do que todo mundo pensa hoje em dia. Ninguém se preocupa tanto com o necessário, mas com o supérfluo, o idealizado (tome nota: o mundo atual vive de idealizações).
    Talvez estejamos vivendo não mais a geração coca-cola, mas, desta vez, a geração schincariol: sem gás e doce demais, inofensiva para as concorrentes.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A moral saiu de moda

Estive pensando sobre como a sociedade evolui. A população se revolta, muda tudo, se conforma, cansa, reclama, se revolta de novo e aí começa o mesmo ciclo. Mas parece que agora o povo se acomodou, só sabe reclamar e são poucos os que, de fato, fazem alguma coisa pra tentar mudar o que há de ruim. Se eu posso lutar por algum motivo que me trará bem, eu luto. Mas se vem um opositor e me oferece dinheiro pra ficar quieto, melhor pra mim.
Outro dia ouvi um comentário de Arnaldo Jabor falando sobre a banalização da moral: ninguém mais quer saber sobre corrupções, falcatruas, roubos e golpes políticos, a população se acostumou, tudo é normal. Aliás, nada imprevisível numa sociedade onde um cantor é mais valorizado do que um professor. Essa é mais uma quesão importante: hoje em dia, se nada der certo, o cara vira professor. E o futuro da educação só fica mais distante daquele mostrado nos comerciais do governo.
Ainda essa semana eu quero escrever sobre como as pessoas pensam que a consciência política dos jovens tem mudado e como, na realidade, ela só é a velha política do pão e circo camuflada.

Prólogo

O meu problema é não saber arriscar. Eu penso muito, vivo muito num passado que nem quero pra mim de volta. Aliás, essa é uma questão deplorável em minha vida: eu realmente não quero voltar a viver tudo aquilo outra vez?
Talvez dessa vez seja diferente, mas é uma chance de dar certo, assim como eu tive várias chances de ganhar na loteria e nunca ganhei. Eu sei que sentimento não é um jogo, mas talvez agora o que eu queira é jogar. Sentimentalismo até hoje só me fez sofrer, e o lema de toda vida é acabar com o sofrimento, ainda que isso seja apenas idealizado, já que ninguém um dia conseguiu parar de sofrer. Por experiência própria, eu sei que uma dor só acaba quando dá lugar a outra. Se eu me livro dessa, qual virá?
- Um café amargo e uma dose de sumiço, por favor!